De grupos que levantam a torcida em jogos de futebol americano a formações que combinam percussão corporal e teatro, as equipes de dança das escolas de ensino médio dos Estados Unidos apresentam perfis bastante distintos. Técnicos e dançarinos de seis modalidades explicam como funcionam as temporadas, quais estilos predominam e que tradições marcam cada time.
Dance Team
Com repertório que mescla jazz, hip hop e coreografias de “game day”, as dance teams atuam em eventos escolares, competições e, principalmente, no UDA High School Nationals. Na Coral Reef High School, em Miami (FL), a capitã Mia Gomez relata que o ciclo começa em maio, segue com acampamentos de preparação no verão, apresentações em “pep rallies” no outono e foco total no nacional de novembro a fevereiro. O elenco divide-se em júnior varsity (alunos dos primeiros anos) e varsity (dos últimos anos). Os figurinos, geralmente colantes cravejados de pedrarias, podem receber variações como saias longas. Muitos ex-integrantes prosseguem em times universitários, caso das dançarinas que chegaram às equipes da Ohio State University e da LSU.
Song Team ou Pom Team
Nascidas na Califórnia, as song teams lideram cantos nas arquibancadas e dançam nas laterais do campo. Segundo Danielle Darwazeh, técnica da Santa Margarita Catholic High School, a atividade é anual: clínicas e audições na primavera, acampamento da UDA no verão, jogos no outono e competições no inverno. Os integrantes exibem em média dez coreografias curtas por partida e usam poms em quase todas as execuções, exceto nos números competitivos de jazz ou hip hop. Entre as tradições está a “senior night”, quando veteranos recebem coroas de flores e faixas.
Drill Team
Ícone texano, o drill tem origem nas Rangerettes do Kilgore College (1940). No Clear Creek High School, em League City (TX), a ex-Rangerette Libby Koepke coordena rotinas que unem técnica de dança a referências militares, com patentes como coronel e capitão. Na temporada de outono, o grupo se apresenta em jogos de futebol ao som da banda marcial e realiza “kicklines” e “jump splits”. No inverno e na primavera, disputa categorias de jazz, contemporâneo, pom, kick e “novelty” em campeonatos. Chapéu, botas e saia com franjas nas cores da escola compõem o uniforme, inspirado no estilo western original.
Color Guard e Winter Guard
Segmento da banda marcial, a color guard manipula bandeiras, espadas e réplicas de fuzis. No Flowing Wells High School, em Tucson (AZ), a treinadora Kassandra Vasquez destaca que a técnica corporal influencia diretamente a rotação dos equipamentos. O ano divide-se em dois atos: no outono, um show de 8 a 10 minutos acompanha a banda em apresentações de intervalo; no inverno/primavera, surge a winter guard, performance indoor mais curta, com trilha gravada e, por vezes, cenários. As vestimentas seguem o tema do espetáculo e podem custar até US$ 200, embora Vasquez já tenha recorrido a peças garimpadas em brechó.
Imagem: Internet
Majorette
Desenvolvida em universidades historicamente negras do sul dos EUA, a majorette combina jazz, hip hop e ballet, mas cada equipe imprime seu “flair”. Chasen Kirby, técnico das Dazzling Platinum Jewels de Fayetteville (NC), cita a força dos “bucks” das Prancing J-Settes de Jackson State University e a elegância das Dancing Dolls da Southern University. Na escola, a temporada vai de julho a novembro, com treinos de segunda a quinta-feira das 16h30 às 19h30, partidas às sextas e competições aos sábados. Uniformes brilham com pedras e franjas, reforçando o caráter vistoso do gênero.
Step
Inspirado no gumboot sul-africano, o step evoluiu ao incorporar cadências militares e cultura de fraternidades universitárias. No distrito de Garland (TX), La’Darrion Keith Swanson dirige um time que monta produções de 8 a 10 minutos, sempre com tema secreto revelado apenas no palco. Os ensaios diários somam quatro horas e incluem musculação quinzenal; fora da temporada de competições, o grupo faz apresentações para arrecadar fundos e presta serviços comunitários trimestrais. O formato é coeducacional e, embora tenha raízes negras, o treinador enfatiza a abertura para qualquer interessado. A sonoridade conta com três faixas de alta energia, enquanto a percussão corporal interage com a música.
Dos kicklines texanos às bandeiras sincronizadas da winter guard, essas seis formas de expressão movimentam ginásios, campos e palcos durante todo o ano letivo, oferecendo preparo técnico e, em muitos casos, porta de entrada para equipes universitárias.
Com informações de Dancespirit