Sydney (Austrália) – 17 de dezembro de 2025. O público que cruzou as portas de The Studio, espaço multipropósito da Sydney Opera House, deparou-se com uma proposta que foge ao formato tradicional de plateia. “Gatsby at The Green Light” ocupa o local com a promessa de um evento “imersivo e de alta energia”, e a primeira impressão confirma o slogan: não há distinção rígida entre palco e arquibancada, nem tempo para acomodar-se em silêncio antes de a ação começar.
Logo na entrada, a sala foi convertida em um speakeasy de iluminação baixa, remetendo à atmosfera de bares clandestinos. Nessa ambientação, os performers já circulam entre os espectadores, assumindo tarefas que ampliam a sensação de realismo. Eles servem bebidas, apanham pedidos nas mesas e não hesitam em interagir diretamente, flertando e convidando a plateia a participar da narrativa.
A dinâmica estabelece uma relação de proximidade pouco frequente em espetáculos convencionais. Em vez de permanecerem sentados, os espectadores são estimulados a mover-se, acompanhar as cenas de diferentes ângulos e, em alguns momentos, tornar-se parte do enredo. A orientação é clara: “Gatsby at The Green Light” não se destina a quem pretende apenas observar; quem decide assistir deve estar disposto a mergulhar na proposta.
O conceito “alta energia” manifesta-se tanto na movimentação constante do elenco quanto no ritmo do evento, que mantém o fluxo de ações sem pausas prolongadas. O vai-e-vem de garçons-atores, o som ambiente e as conversas entrecortadas criam uma experiência que mistura teatro, dança e convivência noturna em um único pacote.
A estrutura de The Studio – menor que as salas principais da Opera House – contribui para a intimidade da montagem, permitindo que cada detalhe chegue ao público sem a mediação de grandes distâncias. O uso de iluminação discreta reforça o clima de clandestinidade e faz com que o foco recaia nos intérpretes, que se deslocam por todo o recinto.
Imagem: Internet
Sem recorrer a um palco elevado ou a intervalos formais, a produção sustenta a imersão do primeiro ao último minuto. Desde o serviço de bebidas até os diálogos improvisados, cada elemento apoia a premissa de quebrar barreiras entre arte e espectador. Na noite de estreia em 17 de dezembro, esse desenho cênico transformou a visita à Sydney Opera House em um programa que se assemelha mais a uma saída noturna do que a um espetáculo convencional.
Com informações de Dancemagazine.com.au